segunda-feira, 7 de junho de 2010

Chico Mendes, 52

Viver é perigoso, dizia Guimarães Rosa. Já estava com o texto de estréia deste blog pronto para ser postado quando recebi a notícia de que o Chico Mendes havia nos deixado.Morrer é o capítulo final da vida. E é disso que as pessoas falam nos dias seguintes à morte, dependendo de como ela se deu.

O Chiquinho era chamado de Pelé pelos familiares. Logo que o conheci não entendi o por quê do apelido. Afinal, era baixinho, branquelo, o futebol nunca foi seu esporte predileto. Seu hobbye e orgulho era a Harley Davidson que o levava nas asas da liberdade aonde fosse. E foi a bordo dessa paixão que ele escreveu o último parágrafo de sua aventura terrestre. As inexplicáveis causas do acidente ficaram na curva de uma rua de Santana, bem perto de sua casa, quase em frente onde mora a irmã e a poucos metros do Raimundo, um dos points que freqüentava no fim de semana.

Aprendi a respeitar e a admirar o Chico logo de cara. É fácil identificar o bom caráter em poucos dedos de prosa. Quando, de fato, o sujeito é bom caráter. Altos papos sobre atividades e gostos comuns. E aos poucos vai ficando bem claro por que Pelé. Se alguém quiser saber exatamente a razão desse honroso apelido, não pergunte a nenhum dos familiares do Chiquinho. Claro, são suspeitos. Faça assim: dê um pulo até a página do jornalista José Neumanne Pinto na internet (http://blog.neumanne.jor.br/)., de quem Chico Mendes foi pai, irmão, filho, amigo e escudeiro fiel de tantos anos.
Chico, meu rapaz! Você vai fazer muita falta nesse deserto de idéias e de gente de bem. Aquele chopp com o Zé Neumanne no Bar Léo, que Você agendou, continua de pé. E, lá, brindaremos ao privilégio de tê-lo conhecido.